Não pode ver o comparecer ao velório do Nando, pois só saí do hospital uma semana depois, pois os médicos consideravam o meu caso irreversível, e precisa ser estudado. Só fiquei sabendo que o velório do Nando, foi lindo que cantaram sua música predileta, quando minha mãe cantou um pouco da música não pude me conter e chorei... feche os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você, anjo bom amor perfeito no meu peito, sem você não sei viver... cada nota que sova da boca de minha mãe feria-me o peito, como um punhal o dilacerando. Minha mãe me abraçou e disse que não mudaria em nada o amor que eu sentia por mim, que quer fosse o Nando, a cicrana não fazia diferença. Olhou-me nos olhos e disse-me que sempre soube de mim, do Fabinho e do Nando e que sempre torceu por minha felicidade. Não conseguia falar só chorava e a abraçava.
Havia se passado um mês, era fim de ano e eu atolado numa depressão que me consumia a força, todos os dias ia ao cemitério e passava horas olhando a lápide com o nome: Fernando Antunes Colbi, amigo e amado! Era véspera de ano novo, quando senti uma mão pairar em meu ombro, senti um frio na espinha, pensava ser ele que tinha voltado, virei com alegria e quando vi minhas faces caíram, era a sua mãe, e com um olhar marejado disse: você não teve culpa, sei que ele te amou e você a ele, e sei que nunca vai esquecer do meu filho, o que ele fez você passar foi por desespero, o Fernando ficou inconsolável quando aconteceu aquilo com você, passou três dias vagando, sujo e faminto, resgatamos e depois passou esses últimos quinze dias de sua vida ao seu lado no hospital. Tínhamos saído, eu e sua mãe, quando o médico entrou em seu quarto e Nando tratou logo de interrogar o médico, o qual lhe disse pra rezar muito pois só Deus salvava você, num gesto de sofrimento e desespero, Nando escreveu-lhe aquele bilhete, e saiu em disparada, meu filho estava disposto a morrer junto com você, mais Deus não permitiu que ele tirasse a sua vida, e Deus o levou, antes do forte impacto, nenhum médico explicou direito mais é como o que o coração dele parou. Ele morreu de amor... não conseguia levantar o olhar; dona Laura, levantou meu rosto, enchugou minhas lágrimas e olhando no fundo dos meus olhos disse: fico feliz por meu filho ter amado uma pessoa como você, sei que sempre guardará meu filho em seu coração, então menino, segui a tua vida, o Nandinho não iria gostar de te ver nesse estado. Dona Laura saiu, e olhei mais uma vez olhei para a foto dele que estava afixada no mármore, senti uma leve brisa em meu rosto, e meu coração ficou mais ameno, era como se aquela brisa, fosse os lábios dele me tocando pela ultima vez!
Tava continuidade em minha vida, embora ainda fosse forte a lembrança do Nando, já me refizera quase cem por cento, já tinha engordado e tirado a barba que me deixava velho e com a aparência de mais doente. Já tinha se passado quase dois anos de sua morte, e eu só lembrava dos momentos felizes que outrora vivera ao seu lado. Tinha deixado de lado aquela vida desregrada, então num domingo resolvi sai e tomar um sorvete. Fui a pracinha do bairro onde crianças faziam um barulho que até era agradável, pedi um sorvete e fiquei pensando em minha vida nesses dois anos, e fiquei de boca entreaberta de lembrar que depois do Nando, nunca mais tinha fodido com ninguém.Logo avistei um carinha moreno, alto, parecia esta fazendo exercícios, pois sua roupa colada em seu corpo suado o denunciava, enquanto sulgava seu coco, ele me olhava, e eu que a tempos não paquera fiquei sem jeito. Baixei a cabeça, tentando fugir dos olhares daquele, que despertou novamente o desejo se ser amado, perdido ali naquele misto de tesão e sonho, ouço uma voz rouca: um belo dia pra um sorvete, deve esta gostoso se não tivesse derretido! Levantei o olhar e fiquei constrangido, o sorvete derreteu, acho que meu fogo subiu demais, perguntou-me se poderia sentar e antes que eu respondesse ele já estava em minha frente, nos olhos se encontraram na mesma direção e...
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