segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Um Rei, um Anjo e uma história2ºCap.– Verdadeira dor, amor!

Sábado! Sabia que a galera iria se juntar. Mais e eu o que faria? Decide agir, pedi que uma amiga ligasse na casa da Ká, a mãe dela disse que ela tinha ido tomar banho de riacho com uns amigos! Pensei: eu vou sei qual riacho preferido, o isolado, que quase ninguém iria! Eu vou.

Peguei minha bike e sai rápido, cheguei lá esbaforido, mais eles não estavam lá! Sentei-me a beira d”™água e sem querer uma lágrima teimou em rolar. Passaram-se alguns minutos e escutei vozes, e sabia identificar as três. Eram eles Gabi, Jú e Ká. Permaneci de costas, quando o silêncio pairou no ar por alguns segundos e foi quebrado pela voz da Jú:

- Vamos vazar daqui, esse riacho ta poluí­do!

Levantei-me e disse:

- Não precisam ir, eu vou! Descobri que iriam vim pra cá e resolvi encontrá-los, forçar um encontro, mais eu vejo que foi idiotice minha. Desculpem-me por tudo, amo vocês!

Peguei meus calçados e já ia saindo, quando a Ká diz:

- Não vai, fica com a gente, te conhecemos e sabemos que você não é homofóbico, fica vamos conversar!

- Desculpa! Eu não quero atrapalhar a vida de vocês...

- Rei, eu te mais, mais eu juro que nunca mais vou te dizer isso, e eu prometo nunca mais te tocar. Gabi pegou na minha mão.

Chorando o abracei!

- Droga de vida! Também te amo anjo!Mais não posso melar a tua vida e a das meninas...

Gabi beijou-me e me entreguei aquele beijo, como se fosse o último da minha vida. Jú e Ká nos abraçaram chorando e a Jú se desculpando e dizendo:

-Rei, sempre vamos te amar e vamos te ajudar. O que aconteceu? Podemos te ajudar?

Respirei fundo e resolvi contar:

- Vocês lembram-se do Rafa?

- Sim, mais nunca entendemos o porquê da briga de vocês e da transferência dele, falou Ká.

-Bem eu e o Rafa, nos apaixonamos, começamos a nos encontrar as escondidas, o amava, mesmo não conhecendo o amor. Éramos felizes, nós quatro juntos, lembram?

O Gabi nada falava, apenas segurava a minha mão.

-Sempre falava pra Ká, que vocês pareciam mais que amigos, mais ela achava besteira minha, falou a Jú.

-Pois não era! Um dia o Rafa foi à minha casa dizendo que irí­amos estudar, começamos com uns amassos e não nos lembramos de trancar a porta, a minha mãe entruo no quarto e nos flagrou na cama, pelados! Expulsou o Rafa da minha casa e prometeu que iria contar pro meu pai, me deixou trancado por toda a noite, sem água e sem comida. Na manhã seguinte meu pai chegou. E ela contou tudo! Vocês lembram-se daquele assalto que sofri naquela época?

- Ai nem lembra foi horrí­vel! Mais não me diga que...

- Pois é Jú, foi o meu pai! Foi ele quem quebrou o meu braço, machucou todo o meu rosto a murros e me cortou as costas de faca, foi disse que tiraria o meu couro..

Em prantos, Ká levantou-se nervosa e disse:

-Meus Deus... não é possí­vel que um ser humano seja capaz de fazer aquilo, principalmente com um filho. Você quase morreu, passou dias em côma devido às pancadas na cabeça... meu Deus!

- As pancadas não me doeram tanto, doeu à tortura psicológica que ele me fez. Ameaçou o Rafa de morte, foi até a casa dos pais dele, contou tudo e o ameaçou se ele não se afastasse de mim. Minha mãe me levou a psicólogos, dizendo que me curaria dessa doença, me fez tomar remédios, os quais depois fingia tomar, me fazia confeçar ao padre todo domingo e também me humilhava, negava-me comida e achava que eu estava me desviando, por várias vezes foi forçado a dormir no camil, frio, molhado e com fome. Minha mãe dizia que Deus não me amava, não amava a gays, que eu iria queimar no fogo do inferno.

-Achava seus pais estranhos, mais não tinha coragem de falar pra você... Exclamou a Jú.

-Pois é depois que sai do hospital, depois de um mês, ele me ameaçou de morte se eu contasse da surra e que mataria a bichinha do Rafael. Diariamente e esbofeteava, quando chegava bêbado, me agredia e batia na minha mãe, hoje ta menos, mais não quero que ele faça alguma coisa com você anjo! Por isso meu medo, estava se repetindo, eu estava novamente apaixonado por meu melhor amigo.

Apertando as minhas mão e com a voz embargada, Gabi disse:

-Meu Reizinho, eu vou te proteger, aquele cara não vai te machucar novamente! Você tem a nós.

Gabriel me aconchegou em seus braços, e outra onda de lágrimas invadiram-me. O medo da aceitação tinha sumido, aceitaria minha condição de ser humano que ama uma pessoa do mesmo sexo, e que era normal. Choramos juntos, e me aliviei do peso que carregara sozinho por mais de um ano.

-Vamos tomar banho e esquecer, passou e não vai mais acontecer, somos nós. Amamos-nos e somos felizes juntos, eu amo a Ká e vocês se amam, ta na cara. Falou Jú enquanto corria para pular na água.

Sorrimos e todos pulamos juntos, passamos a tarde inteira brincando e namorando. Combinamos que a Ká seria a minha namorada e a Jú namorada do Gabi, assim ninguém desconfiaria de nenhum. E assim o fizermos.

No domingo depois da missa, saí­mos de mãos dadas. Nossos pais nos observavam e comentavam um com os outros e fomos ao parquinho. Com medo as meninas não enfrentaram a roda gigante, então era nós “homens” que tí­nhamos que mostrar nossa coragem. A cadeirinha parou no alto, segurando a minha mão e com um lindo sorriso no rosto Gabi falou:

-Hoje é o dia mais feliz da minha vida, eu te amo Reizinho, você é o primeiro cara que eu amo de verdade!

Beijamo-nos, e somente as estrelas estavam de testemunhas.

- Meu anjo, te amo tanto que não sei nem explicar, quero ficar o resto da vida, nada vai nos separar! Nada.

Andamos de montanha russa, carrinho, centopéia os casais de mentirinha! A noite mais feliz da minha vida em anos!

Mal sabia eu, que naquela noite encontraria meu pai bêbado em casa, armado e ameaçando a minha mãe de morte.

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